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30 de jul. de 2025

Keeta (Meituan)

          A empresa (aplicativo) de delivery Keeta é uma marca internacional da chinesa Meituan, a maior empresa de delivery de restaurantes do mundo.
          Tony Qiu é o CEO da Keeta.  Rongjun MU é co-fundador da Meituan.
          Em maio de 2025, a empresa divulgou um investimento de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,6 bilhões) para iniciar sua operação brasileira no mesmo ano (2025). O anúncio aconteceu durante uma cerimônia em Pequim, que tinha a presença do CEO da empresa, Wang Xing, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
          A Meituan vai começar a operação no Brasil em novembro de 2025. Por meio da Keeta, abre o escritório em São Paulo no penúltimo mês do ano e começa a rodar com os primeiros entregadores na cidade antes da virada do calendário. A meta é chegar até 15 regiões metropolitanas até o meio de 2026.
A informação foi divulgada em um vídeo publicado nas redes sociais da empresa em 23 de julho de 2025. A gigante chinesa afirmou que construirá uma rede nacional de entregas e projeta contar com 100 mil entregadores parceiros já no seu primeiro ano de operação.
          A chegada da Keeta, gigante do delivery global, ao Brasil, é uma notícia e tanto para o mercado e, principalmente, para nós, consumidores. Mais concorrência significa mais benefícios!
          A entrada de um player global como a Keeta no cenário brasileiro de delivery promete agitar as coisas e trazer um fôlego novo para quem ama pedir comida e produtos online.
          Com um novo concorrente de peso, a tendência é que os preços fiquem mais atraentes. Espera-se promoções agressivas, cupons de desconto e fretes mais em conta como estratégia para conquistar e fidelizar clientes.
          A concorrência estimula a inovação e a busca por excelência. Os aplicativos precisarão aprimorar seus serviços, desde a velocidade da entrega até o atendimento ao cliente, para se destacarem.
          Conhecida por sua expertise tecnológica, a Keeta pode trazer novas funcionalidades e uma experiência de usuário mais fluida e eficiente, elevando o padrão dos apps de delivery no país.
          "Na China, onde temos mais de 14,8 milhões de comerciantes ativos, criamos programas de treinamento para ajudá-los a melhorar suas operações de diversas maneiras. Contamos com mais de 2.300 instrutores e já ajudamos cerca de 13,7 milhões de comerciantes a construir restaurantes mais inteligentes e digitais, que atraem mais clientes, operam com mais eficiência e aumentam sua receita”, afirma em nota Tony Qiu.
          A chegada da plataforma no Brasil ocorre um ano de grandes disputas no setor do delivery de comida pronta.
          Entre o fim de abril e o início de maio de 2025, três aplicativos de delivery anunciaram investimentos bilionários para disputar este mercado. Além dos R$ 5,6 bilhões da Meituan, o Rappi anunciou que investirá R$ 1,4 bilhão ao longo dos próximos três anos. Já a 99Food retorna ao país com R$ 1 bilhão.
          O momento de acirramento das disputas no setor ocorre após o líder do segmento no Brasil, o iFood, ser proibido no final de 2023 de fechar contratos de exclusividade com redes com mais de 30 restaurantes. A norma foi estabelecida pelo Cade, junto com um conjunto de regras para cercear práticas anticompetitivas no setor.
          Na disputa por espaço, as empresas estão em uma corrida de benefícios ofertados para os estabelecimentos e para os entregadores. As medidas incluem isenção de taxas para os restaurantes e aumento da remuneração de motoqueiros e ciclistas.
          A chegada da Keeta é um sinal claro de que o mercado de delivery no Brasil está em constante evolução, beneficiando diretamente quem usa esses serviços.
(Fonte: IstoÉDinheiro - 30.07.2025 / LinkedIn / Valor - 30.07.2025 - partes)

29 de jul. de 2025

Softplan

          A empresa de software catarinense Softplan atua com softwares para construção, processos jurídicos e gestão pública. O Grupo Softplan surgiu em 1990, em Florianópolis.
          Em junho de 2025, a empresa desmembrou sua operação para o setor privado, a Starian, responsável por 54% da receita líquida. Sob este guarda-chuva estão as soluções para a indústria da construção. A operação tem mais de 9 mil clientes.
          Assim como a Softplan, que acumula 13 operações de fusões e aquisições em sua história, sendo 12 nos últimos 5 anos, a Starian já anunciou que também tem o crescimento inorgânico como via de expansão.
          A venda de uma fatia minoritária da Softplan passou para a segunda fase. Em fins de julho de 2025, passou a receber propostas vinculantes e atraiu fundos, locais e internacionais, que compram participação em empresas, de acordo com fontes. A venda pode movimentar cerca de R$ 550 milhões. O processo de venda tem foco na área de softwares para o setor de construção e começou em maio (2025), assessorado pelo Bank of America, segundo as fontes. O objetivo é vender uma fatia ao redor de 30% da companhia.            Em 2024, a empresa teve receita líquida de vendas de R$ 544,6 milhões, crescimento anual de 13%, lucro operacional de R$ 54 milhões e lucro líquido consolidado de R$ 23,7 milhões.
(Fonte: Estadão - 29.07.2025)

18 de jul. de 2025

Lecar

          A Lecar surge em 2022 e com ela o sonho de ser a primeira montadora brasileira de veículos híbridos e elétricos. É estabelecida a primeira unidade em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Dá-se início ao design e engenharia do Lecar 459.
          O desenvolvimento do primeiro protótipo do Lecar 459 Híbrido Flex com Range Extender é feito em 2023. É aprovado o terreno em Sooretama, no Espírito Santos para a construção da fábrica. Inicia-se a Montagem dos primeiros protótipos.
          Devido a tendências globais, a Lecar descontinua, ainda em 2023, o projeto 100% elétrico e foca no desenvolvimento do Lecar 459 Híbrido Flex com Range Extender, adaptando-se às necessidades do mercado. Dá-se início ao desenvolvimento do Lecar 459 Híbrido.  A Lecar obtém incentivos fiscais. Começa a pré-reserva do 1º carro híbrido no Brasil, Lecar 459.
          A Lecar obtém incentivos fiscais. Começa a pré-reserva do 1º carro híbrido no Brasil, Lecar 459. A Lecar anuncia a construção de nossa fábrica de carros brasileira em Sooretama, com início de produção previsto para 2026, reforçando o compromisso com a indústria nacional.
          Com 90.000 metros quadrados de área construída em um terreno amplo e sustentável, a fábrica será um espaço de tecnologia, inovação e formação. Localizada em Sooretama, a 119 quilômetros de Vitória e estrategicamente posicionada às margens da BR-101, a fábrica de carros brasileira é focada em veículos híbridos elétricos e será um marco da indústria nacional.
Em agosto de 2024, O design e as tecnologias do Lecar 459 Híbrido Flex com Range Extender, são finalizadas. Iniciam-se as preparações para a fase de prototipagem e futura produção em larga escala. A Lecar não faz um carro sozinha. Por isso, conta com parceiros estratégicos da cadeia global de fornecimento, como Horse, WEG, Pirelli, Winston Power e Hepu.
(Fonte: site da empresa)

26 de jun. de 2025

Bumble

          Whitney Wolfe Herd, uma das primeiras vice-presidentes de marketing do Tinder, fundou o Bumble, em 2014, logo após deixar o Tinder. Wolfe Herd processou o Tinder por discriminação e assédioi sexual e fez um acordo por pouco mais de US$ 1 milhão em setembro de 2014.
          Em meio à atenção da mídia em torno do processo, o conhecido fundador e CEO do Badoo, Andrey Andreeev, contatou Wolfe Herd por e-mail, e os dois se encontraram. A dupla formou uma parceria: Andreev recebeu 79% da propriedade da empresa por um investimento inicial de US$ 10 milhões, juntamente com investimentos adicionais; Wolfe Herd atuou como fundadora, CEO e proprietária de 20%. Como parte do acordo, a nova empresa também utilizaria a infraestrutura do Badoo e a consultoria de Andreev. Wolfe Herd disse que a parceria foi fundamental devido ao "conhecimento e infraestrutura" de Andreev.
          Após o estabelecimento da parceria, a dupla recrutou os colegas do Tinder Chris Gulczynski e Sarah Mick para projetar a interface e ajudar a lançar o Bumble. O Bumble foi lançado três meses depois, em dezembro de 2014. A infraestrutura na sede do Badoo em Londres foi usada para o Bumble.
          A empresa foi avaliada em mais de US$ 1 bilhão em novembro de 2017. Quando a empresa de private equity Blackstone Inc. comprou uma participação majoritária na empresa-mãe do Bumble, MagicLab, o Bumble e seus aplicativos irmãos foram avaliados em US$ 3 bilhões. Em 2020, o MagicLab foi renomeado para Bumble Inc. como a empresa-mãe do Bumble e do Badoo. Em 2020, o Bumble havia sido baixado mais de 100 milhões de vezes.
          A sede da empresa fica em Austin, Texas, e, em 2021, contava com 650 funcionários em todo o mundo.
          Em fevereiro de 2021, o Bumble levantou US$ 2,2 bilhões por meio de seu IPO e a empresa teve uma avaliação de mais de US$ 7 bilhões. O Bumble foi listado na bolsa Nasdaq, com ações inicialmente avaliadas em US$ 43, mas aumentando para US$ 76 no dia da abertura, avaliando a empresa em mais de US$ 13 bilhões.
          Em fevereiro de 2022, a Bumble anunciou que havia adquirido a Fruitz, um aplicativo de namoro freemium de propriedade francesa, popular entre a Geração Z e usado em toda a Europa. Esta foi a primeira aquisição da empresa.
          A partir de abril de 2022, os usuários do Bumble que denunciarem abusos terão direito a um conjunto de cursos gratuitos da Bloom, um provedor online de suporte para sobreviventes de agressões. 
          Em novembro de 2023, seus lucros do quarto trimestre mostraram que a inflação e a crescente concorrência com o Tinder reduziram os gastos dos usuários nos recursos pagos de seu aplicativo. A notícia coincidiu com a saída de sua fundadora e CEO, Whitney Wolfe Herd, e a substituição da diretora executiva da Slack, Lidiane Jones.
          Em fevereiro de 2024, a Bumble anunciou planos de demitir 350 funcionários como parte de um plano de reestruturação, o que constitui 30% da força de trabalho da Bumble.
          A Bumble adquiriu o aplicativo de bate-papo em grupo para encontrar amigos Geneva em junho de 2024.
          Em janeiro de 2025, a fundadora Whitney Wolfe Herd anunciou que retornaria como CEO do Bumble em março.
          Em 25 de junhop de 2025, o Bumble informou que demitirá quase um terço de sua força de trabalho com o mais recente corte no setor de aplicativos de encontros à medida que as empresas enfrentam desafios no desenvolvimento de recursos para manter os usuários gastando em meio à incerteza econômica. A medida, que afetará 240 postos de trabalho, ou 30% da equipe do Bumble, faz parte de um esforço mais amplo para reformular a plataforma, já que o setor luta contra o declínio do engajamento dos usuários. O rival Match também anunciou uma redução de 13% na força de trabalho em maio (2025)..
(Fonte: Wikipédia / CNN 25.06.2025 - partes)

18 de jun. de 2025

ASA Investments

          Com o crescimento dos negócios, os filhos do clã Safra seguiram sua vocação e expertise no setor bancário, com destaque para o banqueiro Joseph Safra, que construiu o Grupo J. Safra, um império composto pelo Banco Safra e pelo Banco J. Safra Sarasin, pelo Safra National Bank, além de participação na Chiquita Brands International e investimentos em imóveis no Brasil, Estados Unidos e Europa.
          A ASA Investments é mais uma das empresas que continuam a tradição da família, mantendo os preceitos de gerações e fazendo prosperar o nome Safra. Foi fundada por Alberto Safra, nascido em 1980, um dos quatro filhos do banqueiro Joseph Safra, e controla 100% da instituição.
          Na sexta-feira, 25 de outubro de 2019, Alberto Safra deixou o Banco Safra para se dedicar ao novo negócio na área financeira. Além de acionista, ele ocupava uma cadeira no conselho de administração e respondia por toda a área de negócios com empresas, o chamado “corporate banking”. Também deixa o Safra o executivo Rossano Maranhão, que presidia a instituição há quase 12 anos. A decisão teria sido tomada depois que fracassaram as tentativas de resolver diferenças de longa data com seu irmão mais novo, David, sobre a condução da instituição. Os dois irmãos não têm cargos executivos, mas, a partir do conselho de administração, dividiam as responsabilidades sobre as duas principais áreas de negócios. Enquanto Alberto cuidava das operações de pessoas jurídicas, David, respondia pelos negócios de pessoas físicas. Jacob, o mais velho dos irmãos, vive fora do Brasil e cuida da área internacional. Rossano Maranhão acompanharia Alberto, de quem é próximo desde que chegou ao Safra, em 2007, e se juntaria e ele no novo projeto na área financeira, o ASA Investments.
          Os dois irmãos tinham desentendimentos há mais de dez anos sobre diversos aspectos da condução dos negócios. Enquanto Joseph estava presente diariamente, arbitrava essas diferenças entre eles. Mas a situação se acirrou depois de seu afastamento. Os problemas, entretanto, continuaram sendo levados ao pai, gerando desgaste familiar.
          O ASA, instituição financeira de Alberto Safra, anunciou a aquisição da Gauss Capital, gestora independente especializada em fundos multimercados e com atuação no mercado desde 2014. Com a operação, os produtos da Gauss passam a integrar o portfólio da ASA Asset, braço de gestão de recursos do grupo. O valor da transação não foi informado.
          Na nova estrutura, Fabio Okumura, fundador da Gauss, assume a posição de chefe da ASA Asset, que atua com diferentes estratégias de investimento, incluindo renda fixa, renda variável, multimercado, previdência e crédito.
          A equipe da Gauss também será incorporada ao time da ASA, reforçando a área de gestão de recursos.
(Fonte: Valor - 18.06.2025 - parte)

13 de jun. de 2025

Bagaggio

          A Bagaggio foi criada em 1942, no Rio de Janeiro, com o nome de Mala Paulistana. Abriu suas portas. numa época marcada por desafios em meio à Segunda Guerra. A loja inicialmente vendia artigos de viagem, incluindo malas e acessórios.
          No início, a empresa era reconhecida apenas como especialista em venda de malas e artigos masculinos. No entanto, com o passar dos anos, o foco foi se ampliando, visando atingir um maior número de consumidores.
          Ao longo dos anos, a Bagaggio expandiu, inicialmente com lojas próprias, e posteriormente por meio de franquias, tornando-se uma marca com forte presença no mercado de malas e acessórios de viagem no Brasil.
          Em 1969, a empresa muda seu nome para Bagaggio, buscando simplesmente a tradução em português para "bagagem".
          A empresa mostrou seu pioneirismo na venda online em 2002, com a criação de um site próprio.
          Em 2009, a Bagaggio iniciou sua expansão por franquias.
          Hoje, o mercado alvo da Bagaggio é composto por executivos e mulheres. A venda de malas continua sendo de grande destaque na empresa, além de artigos de couro.
(Fonte: site da empresa - parte)

9 de jun. de 2025

A5X

          A bolsa brasileira de derivativos e futuros A5X tem como cofundadores Carlos Ferreira, CEO, Karel Luketic, CFO, e outros 2 cofundadores.
          A A5X foi lançada oficialmente em junho de 2024. Além de Ferreira e Luketic — ambos ex-sócios e executivos da plataforma de investimentos XP —, a equipe fundadora inclui Nilson Monteiro, fundador e presidente da corretora Ideal (hoje controlada pelo Itaú), e Julian Chediak, sócio do Chediak Advogados. Um investimento inicial de cerca de R$ 200 milhões ajudou a tirar o projeto do papel.
          A A5X já conta com uma equipe de 60 pessoas, incluindo 20 sócios — alguns dos quais são executivos experientes de grandes bancos ou da B3, atualmente a única bolsa de valores em operação no Brasil. O Sr. Luketic afirmou que a bolsa pretende expandir para entre 100 e 120 funcionários.
A A5X
          No início de junho de 2025, a A5X assinou um acordo com o London Stock Exchange Group (LSEG) para adquirir sistemas de negociação, compensação, liquidação e gestão de risco. O negócio ocorre após um processo de licitação envolvendo oito grandes bolsas globais.
          A empresa passou  o segundo semestre de 2024 analisando o que cada um desses players tinha a oferecer e o primeiro semestre de 2025 trabalhando com a LSEG para adaptar seus sistemas às necessidades específicas do ambiente de negociação brasileiro.
          A presença global da LSEG foi fundamental para garantir o contrato com a nova bolsa de derivativos e futuros do Brasil.
          O mercado brasileiro apresenta complexidades únicas, observou Carlos Ferreira. Por exemplo, os sistemas brasileiros são projetados para rastrear o investidor final, ao contrário dos sistemas internacionais, que normalmente se concentram apenas em corretoras e membros de compensação. O mercado local também exige uma verificação completa do investidor, incluindo a verificação de se os clientes têm saldo suficiente em sua corretora, quais garantias depositaram e qualquer histórico de inadimplência. Além disso, enquanto os mercados internacionais utilizam uma convenção de 360 ​​dias para cálculos financeiros, o Brasil utiliza 252 dias úteis. “Sem mencionar que os juros compostos são parte integrante da dinâmica financeira do Brasil”, acrescentou Ferreira.
          Além do desenvolvimento do sistema, o acordo inclui um contrato de uso exclusivo de longo prazo para o Brasil, abrangendo suporte, assistência técnica e implementação de futuras inovações da LSEG.
          A reputação global da LSEG desempenhou um papel fundamental em sua escolha. É uma das bolsas mais antigas do mundo, a mais proeminente da Europa e está entre as cinco maiores do mundo. É também a maior bolsa do mundo em capitalização de mercado como empresa (€ 65 bilhões) e atualmente fornece serviços semelhantes para 20 bolsas em todo o mundo. "Atendemos 44.000 clientes em 65 países e somos um dos principais provedores de infraestrutura para bolsas globalmente", disse Daniel Buttino, diretor administrativo da LSEG para a América Latina.
         Com esta aquisição, a A5X dá mais um passo importante em seu cronograma de implementação. A fase de testes com os maiores bancos e corretoras do Brasil está programada para começar em outubro ou novembro de 2025, com previsão de início das operações completas no segundo trimestre de 2026.
          No início de 2025, a câmara de compensação do ABN Amro e quatro empresas internacionais de formação de mercado também se juntaram como acionistas. A XP garantiu uma opção de compra para adquirir uma participação na A5X, com previsão de exercício em médio prazo.
          Duas outras bolsas também estão em desenvolvimento para competir com a B3: a CSD, lastreada pelo Santander e BTG, e a ATG, lastreada pelo Mubadala, fundo soberano do governo de Abu Dhabi e um dos maiores do mundo
(Fonte: Valor - 09.06.2025)

6 de jun. de 2025

Suzano-Kimberly Clark (joint venture)

          Em junho de 2025, a Suzano fechou mais um grande negócio no exterior. A produtora brasileira de celulose e papel firmou parceria com a Kimberly-Clark (KC) para formar uma joint venture que abrigará as marcas de tissue e os ativos de fabricação da empresa americana em 14 países. O empreendimento está avaliado em US$ 3,4 bilhões. As negociações levaram cerca de nove meses e foram conduzidas sem intermediação bancária.
          Para garantir uma participação de 51% na operação conjunta — com previsão de conclusão em meados de 2026 — a Suzano pagará US$ 1,734 bilhão, o que implica um múltiplo de valor da empresa (EBITDA) de 6,7 vezes, uma avaliação considerada "barata" para o segmento, segundo o Itaú BBA.
          Após o anúncio, as ações da Suzano lideraram os ganhos do Ibovespa na quinta-feira (5), saltando 6,31%, para R$ 52,90, elevando o valor de mercado da empresa para cerca de R$ 67 bilhões. O mercado respondeu positivamente à estrutura do negócio, que inclui um sócio com profundo conhecimento de diversas geografias, e ao impacto mínimo na alavancagem financeira da Suzano.
          Esta transação posicionará a Suzano como a oitava maior produtora de tissue do mundo — marcando seu passo mais ambicioso em sua estratégia de internacionalização e alinhando-se ao seu objetivo de agregar valor à sua produção de celulose de eucalipto altamente rentável no Brasil.
           "Suzano e Kimberly trazem capacidades complementares, com marcas fortes e vencedoras", disse o CEO Beto Abreu. A Suzano já é uma importante fornecedora global de celulose para a KC — incluindo as plantas envolvidas no novo negócio — e, em 2024, adquiriu os ativos de tissue da Kimberly-Clark no Brasil, incluindo a marca Neve.
          De acordo com  Abreu, a Suzano inicialmente pretendia adquirir 100% dos ativos que agora compõem a joint venture. A KC também buscou inicialmente um desinvestimento total e recebeu propostas concorrentes, incluindo uma da Asia Pulp and Paper (APP) para toda a operação. No entanto, ambas as partes acabaram favorecendo uma joint venture para mitigar riscos e evitar alavancagem excessiva.
          Um dos principais pontos fortes da Suzano é seu baixo custo de produção, começando pela celulose. A equipe técnica da Suzano inspecionou as plantas da KC e constatou que elas estavam em condições semelhantes às dos ativos brasileiros adquiridos anteriormente.
          O acordo inclui 22 plantas localizadas em El Salvador, Peru e Colômbia (América do Sul e Central); Austrália, Malásia, Tailândia e Taiwan (Ásia-Pacífico); Itália, França, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Israel e África do Sul (Europa, Oriente Médio e África). As instalações têm uma capacidade de produção anual combinada de 1 milhão de toneladas e geraram US$ 3,3 bilhões em receita líquida no em 2024. O acordo exclui ativos nos EUA, México e Coreia do Sul.
A joint venture incluirá os 49% restantes dos ativos três anos após a conclusão do acordo, o que incluiria 40 marcas locais e uma licença de 30 anos sem royalties para usar as marcas Kleenex e Scott. Segundo Luís Bueno, vice-presidente executivo de bens de consumo e assuntos corporativos da Suzano, quase metade da receita da nova joint venture virá da Europa. O acordo também abre a porta para a Suzano substituir parte da celulose de fibra longa usada pela KC em produtos de higiene por sua própria celulose de fibra curta.
          O pagamento de US$ 1,7 bilhão virá das reservas de caixa da Suzano, afirmou Marcos Assumpção, vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores da empresa. "Temos os recursos para isso", afirmou.
          Em relação aos EUA, México e Coreia do Sul, Abreu afirmou não haver barreiras contratuais para futuras aquisições nesses mercados, mas deixou claro que nenhuma nova atividade de fusões e aquisições está planejada no curto prazo. "Precisamos concentrar nossa energia em garantir que esta joint venture entregue o valor que imaginamos", disse ele, sugerindo que é improvável que a Suzano busque novas aquisições pelos próximos dois a três anos.
          Abreu observou que a guerra comercial entre os EUA e a China não foi um fator significativo no resultado do acordo, já que o segmento de tissue envolve produtos com comércio internacional limitado, cadeias de suprimentos regionalizadas e baixa correlação com ciclos econômicos mais amplos.
(Fonte: Valor - 06.06.2025)

29 de mai. de 2025

VW Sedan 1600 (Zé do Caixão)

          O país estava vivendo a efervescência da indústria automobilística brasileira da segunda metade dos anos 1960. Tudo mudava rapidamente: a Ford havia comprado a Willys e já começava a produzir no Brasil seu primeiro carro (Ford Galaxie); a General Motors iniciava a produção do Chevrolet Opala com design europeu e mecânica norte-americana; a Simca havia sido comprada pela Chrysler, que acelerava o lançamento de novos modelos; e a Volkswagen havia comprado a DKW, tirando de linha os Belcar e 
Vemaguet. Mudanças que alteraram drasticamente o mercado de carros da época.
          Nessa toada, a VW ficou com um dilema: só tinha para oferecer aos seus consumidores o Fusca (que recebeu nova motorização a ar em 1967), e a Kombi (com motor 1500 inédito). Mas, claro, o consumidor brasileiro queria mais, principalmente quando olhava a gama de novidades do mercado. A marca alemã só tinha o velho, bom e confiável Fusca, além da Kombi, destinada ao uso profissional. Era pouca oferta de produto para uma fabricante que pretendia crescer muito no Brasil.
          Como o Fusca já era dotado de duas portas, a VW achou, por bem, produzir aqui um carro com quatro portas. Assim, haveria mais espaço para as famílias, sem perder a robustez e as boas qualidades mecânicas típicas da marca. Por isso, foram buscar na Alemanha o projeto de um pequeno sedan que utilizava uma plataforma muito semelhante à do Fusca, aproveitando, inclusive, o seu conceito mecânico básico. Apesar de ter sido construído até a fase de protótipos na Alemanha, esse projeto não foi adiante na Europa: a própria marca já tinha carros mais modernos em mente. Assim, a ideia do tal sedã acabou não indo para frente por lá.
          Ele poderia não servir na Alemanha ou na Europa, mas para o Brasil era um prato cheio. Por isso, a toque de caixa, o carro foi apresentado no agitado Salão do Automóvel de 1968, na cidade de São Paulo. Só para que se tenha uma ideia, os exemplares mostrados no Salão eram ainda protótipos, pois a produção em série não havia sido iniciada, fato que ocorreu na metade de janeiro de 1969. O complicado, para o novo carro, é que ele disputava espaço e interesse popular com rivais de peso: nada 
menos do que o Ford Corcel e o Chevrolet Opala!
          Se existia um adjetivo que não cabia ao novo Volkswagen 1600, sem dúvidas, era “bonito”. Todo quadrado com linhas retas, ele mais parecia um caixote, e não um carro. Perto de outros carros que também estavam sendo lançados, o Sedan 1600 ficava até envergonhado. Esse fato acabou gerando um apelido pelo qual o VW (Sedan 1600) ficou conhecido: “Zé do Caixão”. E, para confirmar o jocoso apelido, os bem-humorados falavam que suas 4 maçanetas pareciam as alças de um caixão. Uma decisão infeliz de design.
          Mas o carro tinha qualidades inegáveis, como a praticidade das quatro portas para o dia a dia, uma mecânica impecável com o seu motor 1600 a ar de ventoinha alta (rendendo 60 cv de potência), além de um bom espaço de porta-malas na dianteira e uma considerável agilidade no trânsito. Mas o design, esse era complicado…
          Em que pese as vantagens do Sedan 1600, ele era feio perto do Opala e do Corcel. Claro que o consumidor, ávido por novidades, correu para comprar os carros mais bonitos, e o patinho feio ficou esquecido na lagoa. Um fracasso retumbante! Ele foi fabricado do início de 1969 até meados de 1971. Nesse período foram produzidas cerca de 25 mil unidades.
          Para complicar ainda mais a desgraça do carrinho, ainda no final de 1970 um grande incêndio na fábrica da VW, em São Bernardo do Campo (SP), fez com que a marca tirasse de cena o carro que, se não fosse tão feio, poderia ser a salvação da lavoura. Grande parte dos Sedan 1600 tornaram-se táxi, graças à robustez de sua mecânica e a praticidade das quatro portas. Esse foi outro estigma do modelo na época: além do apelido nada positivo, ficou conhecido pelo grande público como “carro de taxista”.           Pressionada pela imprensa para dar explicações sobre tamanho desastre comercial, até que a Volkswagen se saiu bem: "O carro foi desenvolvido penas para suprir um nicho de mercado".

 Fonte: msn - Douglas Mendonça - 21.05.2025 - parte)




Volkswagen Sedan 1600 era prático, com quatro portas, mas destoava dos estilos modernos do Opala e Corcel